O abuso sexual, e de modo particular o incesto, é uma realidade da nossa sociedade ainda muitas vezes protegida por tabu. Como ajudar de um ponto de vista espiritual, as pessoas abusadas? Como falar deste assunto e abordá-lo na formação dos agentes pastorais da Igreja, sem recair no medo? 

Joël Pralong aborda este assunto delicado apresentando, em primeiro lugar o testemunho de de sete pessoas que revelam o traumatismo infligido, assim como a ajuda tanto psicológica como a dos agentes pastorais. Ele nomeia esses "males", indo bater à porta do psicólogo, e depois apoiando-se sobre a espiritualidade que brota dos escritos de Marcel Van, que também conheceu uma infância desprezada, abusada e maltrada. 

Pistas espirituais para ultrapassar a ferida profunda são propostas, não como um golpe de varinha mágica, mas deixando-se abrir a Cristo, através de um longo caminho proposto. Para a espiritualidade, o termo "cura", não significa nada mais do que sair do isolamento para reencontrar o sorriso e ir ao encontro do outro. E a ferida torna-se então uma alavanca, caminho de compaixão para com os feridos da vida.